segunda-feira, 16 de março de 2009

Élida linka suas paixões em monografia


A monografia é talvez o maior pesadelo dos universitários e assusta até mesmo os alunos mais exemplares. A estudante de Comunicação Social Élida Perdigão não foge dos demais acadêmicos. Ela está no sétimo período na faculdade Estácio de Sá e se prepara para concluir seu projeto final de curso.


A jovem escolheu produzir uma análise sobre uma das mais famosas obras literárias do Brasil, “Os Sertões” de Euclides da Cunha. O objetivo da futura jornalista é mostrar o trânsito da linguagem literária com a jornalística, um tema, segundo ela, complicado de se realizar. “Eu procurei um assunto de fácil realização, porém não encontrei nada que gostasse”.


Na época de escola, Élida sempre pensou em fazer o curso de História, no entanto, por ganhar uma bolsa de estudo no curso de Comunicação decidiu entrar na área, mas nunca deixou a paixão inicial de lado. “Eu tenho um amor muito grande pela história e o livro aborda a guerra de Canudos que é um dos fatos mais relevantes do passado brasileiro”, diz a jovem que também é atraída pela área literária. “O tema pode ser difícil, mas eu vou adorar estudá-lo e acredito que isso facilite na hora de produzir minha tese”.


Já em relação à escolha da obra “Os Sertões” a estudante optou pelo livro por ter uma escrita rebuscada e também por conter uma narrativa que foge dos tradicionais textos de história dados nas salas de aula. “Os Sertões traz relatos interessantes de como era o dia-a-dia dos sertanejos de Canudos, assim, humaniza a história e deixa muito mais interessante do que os livros que li na escola”, justifica a futura jornalista que sempre achou que alguns livros sobre o assunto ilustrava apenas um lado do conflito.


A expectativa da estudante, que escolheu o tema apenas no sétimo período, é conseguir uma bolsa para algum mestrado na área de História. “Ainda não abandonei minha paixão pela História e quero uma graduação nessa área”, conclui a estudante. Leia mais:

Cleberton Miranda reúne literatura e jornalismo em monografia


segunda-feira, 2 de março de 2009

Quando iremos aprender a fazer jornalismo de verdade?

Mais uma barriga e assim se faz o nosso jornalismo brasileiro, cada vez mais gordo, mas não por gravidez e sim de erros.

O caso da brasileira Paula Oliveira na Suíça demonstra mais uma vez a falta de tempo em apurar notícias internacionais, muito por um número insuficiente de profissionais em áreas estratégicas no mundo, como, principalmente, por falta de tempo em apurações. Mas as falhas da imprensa brasileira também se dão em cadeia nacional e volta à tona o Caso Escola Base, ocorrido em 1994. O fato tomou repercussão internacional e é estudado em diversos cursos de comunicação no mundo inteiro de como não fazer jornalismo. Pelo menos assim somos estudados no exterior.

Para enumerar todos os erros precisaria de um livro da grossura das histórias épicas, sem citar que também contaria com narrativas surreais. Mas voltando ao caso Paula Oliveira, como uma advogada de classe média, filha de um parlamentar e ainda é mais uma brasileira “perseguida” na Europa. Poderia ser mentira? Quase impossível. Entretanto, com os inúmeros casos de maus tratamentos aos brasileiros no exterior, como, por exemplo, o assassinato do motoboy Jean Charles na Inglaterra, acrescentando uma das maiores crises econômicas enfrentadas no mundo, pois assim os empregos ficam escassos e serviços de pessoas do terceiro mundo – como faxineiro, servente, domestica – tornam-se motivos para muita briga, não poderia ter uma notícia melhor: “Genocídio contra brasileiros na Europa começa após crise mundial”. Aí vem a história épica: “Mulher BRANCA e de CLASSE MÉDIA é torturada, tem o corpo todo cortado com siglas de um partido de ultradireita na Suíça, SVP, e aborta gêmeos em banheiro público”. Onde foi parar os fetos, onde estavam as pessoas daquele lugar que não escutaram nada, cadê aquelas câmeras de última geração que mostra a entrada dos “bandidos”, deixa pra lá, isso é um conto surreal e não precisa ter tanto realismo.

Porém, os brasileiros já estão acostumados com tratamentos subhumanos em países desenvolvidos, o motoboy que o diga, ou melhor, que as imagens digam para ele, já que o rapaz faleceu. Afinal, dizem as más línguas que brasileiro tem cara de tudo mesmo; Estuprador, preto, safado, vagabundo, porque não terrorista árabe.

Bem ou mal o fato é que foi um grave erro de apuração no caso Paula Oliveira, pelo menos dessa vez nossa imprensa falhou para defender um de seus cidadãos, já que somos odiados até por nós mesmo. Deixando claro que se olhássemos bem para ela talvez a confundiríamos com uma suíça, por isso ela parecia tão inocente, queria vê se fosse uma negra, pobre e analfabeta, assim, desse jeito mesmo, com cara de brasileira e não de suíça.